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A mostrar mensagens de junho, 2008
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Podia dizer, para quem não sabe, que o S. João é uma festa popular feita de bailaricos, balões de papel nos céus da cidade, alhos-porros e martelinhos nas cabeças uns dos outros em jeito de cumprimento, cheiro a manjerico, sardinha assada, fogo-de-artifício sobre o rio Douro. Mas não é. Quem sabe o que é a festa do S. João sabe que é um abraço gigante onde cabem os do Porto e os de fora. Por uma noite somos todos iguais.

Formosa e segura

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A Ponte da Arrábida foi inaugurada no dia 22 de Junho de 1963. Era o maior arco abatido em betão armado da Europa. Motivo de orgulho do Porto e obra do polémico e genial engenheiro Edgar Cardoso. No dia da inauguração foram muitos aqueles que ficaram à espera de a ver cair. Já lá vão 45 anos e, actualmente, passam diariamente na ponte da Arrábida 125 mil viaturas. Continua segura e formosa unindo as costas de duas cidades. Quantas mais pontes serão precisas para que Porto e Gaia se virem de frente?

"E o burro sou eu?"

Tal como eu previ, mal começou o Euro 2008 a sério Portugal perdeu. 3-2 com a Alemanha. No momento em que escrevo não consigo afastar a frase que desde o final do jogo ensarilha as ideias: "E o burro sou eu?" A frase com que Scolari tentava demonstrar aos críticos os seus acertos futebolísticos. Agora é fácil dizer mal do seleccionador brasileiro. Só vou recordar três factos: Portugal perdeu duas vezes com a equipa da Grécia no Euro 2004; Portugal perdeu duas vezes com a Alemanha, no Mundial de 2006 e agora no Euro 2008; Portugal sofreu dois golos no mesmo jogo exactamente da mesma maneira. Conclusão: Scolari não aprende com os erros. A mesma interrogação do treinador brasileiro volta a pressionar-me para aparecer de novo no texto ... Não, não vou criticar o "Sargentão" de quem não gosto há cinco anos e meio. Vou optar por fazer mais uma previsão: Luiz Felipe Scolari vai treinar o Chelsea até ao Natal, altura em que regressa ao nosso país para ingressar no Benfica.

O meu pai

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O meu pai morreu, exactamente, há sete anos. Só tinha 64 anos e muito por viver… Tive com o meu pai uma relação de três décadas e meia marcada por períodos de solavancos afectivos. Em pequeno adorava senti-lo chegar a casa ao cabo de uns dias de ausência; apreciava a segurança discreta que dava à família; gostava do ambiente de conforto emocional com sabia que encher o lar. Após a conclusão da escola primária predominou entre nós uma ausência física, a saudade e a mágoa que se aprofundou durante cinco anos. Na adolescência medrou a revolta militante que cultivei até ao insuportável. Quando me transformei num adulto a relação evoluiu para uma troca intuitiva de sentimentais silêncios. Nunca lhe disse que gostava dele e tantas vezes mostrei-lhe o contrário. E nunca lhe disse que sabia que ele gostava de mim. O meu pai era um homem especial. Não por ser meu pai, mas por ser um homem bom. Desiludi-o uma data de vezes. Demais. A revolta da minha adolescência fez-lhe a vida negra. Era o meu

Portugal atingiu os mínimos

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Eu não gosto de Scolari. Gosto muito de Portugal. Por isso, fiquei contente com a notícia da saída do brasileiro para o Chelsea. E fiquei triste porque o anúncio extemporâneo pode abalar a confiança da família desportiva que está a jogar o Euro 2008. Confirmou-se a minha reserva em relação ao protegido de Nossa Senhora do Caravaggio. Não é bom treinador e acho que como chefe de família deixa também a desejar. Portugal atingiu os mínimos. Com aqueles jogadores e com aqueles adversários a equipa das quinas tinha a obrigação de fazer o que fez. Só escusava de ter perdido com a Suíça. A partir daqui tudo o que Portugal alcançar, por razões que já antes aduzi, será creditado na conta pessoal de Scolari. E com o agrupamento de jogos que nos calhou em sorte ir à final e vencê-la não é miragem nenhuma. Desconfio que não chegaremos tão longe. Por culpa de Scolari que deixou de ser seleccionador nacional para passar a ser treinador do Chelsea emprestado por alguns dias. Oxalá a família lhe acuda

Serralves em Festa

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Segundo as contas feitas por alto, foram mais de 80 mil as pessoas que estiveram em Serralves, no Porto, este fim-de-semana. O “Serralves em Festa” voltou a ter mais gente que as edições anteriores. É assim há cinco anos consecutivos. A ideia de João Fernandes, director artístico da Fundação, é um ovo de Colombo. Conseguiu transformar uma imagem de elitismo cultural numa experiência popular reconfortante e conseguida. A arte é para todos. Nada se perde, tudo se transforma. Durante 40 horas as portas abrem-se para quem quiser aproveitar uma programação artística multifacetada, plural, caleidoscópica, ininterrupta, que brota de todos os espaços da quinta. Um dos exemplos mais paradigmáticos desta magia de transformação artística foi o resultado da conjunção entre futebol em écran gigante, comentários ao vivo de Gabriel Alves e a música improvisada dos Space Ensemble inspirada na vitória de Portugal frente à Turquia no Euro 2008. Serralves começou por ser uma quinta com uma casa senhor
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A febre da selecção nacional de futebol voltou a afectar o país. O vírus é o mesmo de há seis anos a esta parte: Luiz Felipe Scolari. Sofreu umas mutações mas, por mim, já tinha sido erradicado. Não gosto do brasileiro que escolhe e treina os melhores futebolistas portugueses. Durante dois anos preparou a equipa para o Euro 2004, insistindo numa equipa que não tinha em conta o F.C. do Porto de José Mourinho que tudo ganhou. Depois da derrota inaugural com a Grécia, ressabiado, acabou por dar ouvidos a todos os treinadores do país e colocou a equipa de Mourinho a jogar: ia ganhando o campeonato da Europa. E com a mesma base aguentou-se razoavelmente no Mundial de 2006. Considero, de forma simplística, que o Felipão é um bom chefe de família, mas um mau treinador. Só assim se entende que leve para o seio do grupo não os melhores desportistas mas os mais bem comportados. Que apesar dos maus resultados nos jogos de preparação insista num discurso de arrogante desculpabilização. Considero q