Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2009

Branford Marsalis tocado por Amália Rodrigues e vice-versa

Imagem
O Guimarães Jazz, prestando homenagem aos 50 anos do disco “Kind of Blue” (1959) considerado o melhor do jazz, reuniu no mesmo cartaz alguns dos mais conceituados músicos a nível mundial. Jimmy Cobb, o baterista de “Kind of Blue”, abriu as portas à saudade; Hank Jones, pianista em algumas formações de Miles, foi a história em pessoa. Em vez da saudade e da história, optei pelo futuro. Na impossibilidade de ir a todos escolhi o concerto de Brandford Marsalis Quartet. Casa cheia no Centro Cultural Vila Flor. Brandford Marsalis ofereceu generosamente os temas do último álbum “Metamorphosen”, deixando brilhar a banda. Quero sublinhar apenas alguns gestos do saxofonista norte-americano: Foi magnânimo na duração do concerto; Tentou sempre falar português; No final presenteou a audiência com o tema “Foi Deus” de Amália Rodrigues com um solo notável de saxofone soprano, simplesmente sublinhado pelo baixo e piano; e, de saída, apresentou um medley de música do Luisiana, uma espécie de regresso

Delirante!

Vejam este sketch. Sem preconceitos. Nem formatações. É uma representação delirante de Pedro Alves (Zeca Estacionâncio) e João Paulo Rodrigues (Quim Roscas) no intragável Praça da Alegria da RTP, em Abril de 2008. O exercício de humor desenvolvido por aquela dupla, naquela altura, tinha algumas características curiosas: a minuciosa recriação de uma localidade - Curral de Moinas -, relevando com exagero, a ruralidade com tiques de progresso adaptado; a caricaturização dos trejeitos dos piovots dos jornais televisivos; a crítica aos critérios jornalísticos através da adaptação desses critérios, vigentes no país das notícias, aos acontecimentos de Curral de Moinas; a crítica social e de costumes sempre presente no texto delirante. Esta prova de vinhos é do melhor que se pode ver. Na net que no meio da Praça da Alegria, ou no actual formato, em horário nobre, não faz qualquer sentido.

E à página 82 Saramago descansou!

Imagem
(...) O leitor leu bem, o senhor ordenou a abraão que lhe sacrificasse o próprio filho, com a maior simplicidade o fez, como quem pede um copo de água quando tem sede, o que significa que era costume seu, e muito arreigado. O lógico, o natural, o simplesmente humano seria que abraão tivesse mandado o senhor à merda, mas não foi assim. Na manhã seguinte, o desnaturado pai levantou-se cedo para pôr os arreios no burro, preparou a lenha para o fogo do sacrifício e pôs-se a caminho para o lugar que o senhor lhe indicara, levando consigo dois criados e o seu filho isaac. No terceiro dia de viagem, abraão viu ao longe o lugar referido. Disse então aos criados, Fiquem aqui com o burro que eu vou até lá adiante com o menino, para adorarmos o senhor e depois voltamos para junto de vocês. Quer dizer, além de tão filho da puta como o senhor, abrão era um refinado mentiroso, pronto a enganar qualquer um com a sua língua bífida, que, neste caso, segundo o dicionário privado do narador desta históri