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A mostrar mensagens de março, 2010

A construção de um sonho

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Primeiro são as vivências da infância misturadas com os anseios pueris plantados pelas circunstâncias da vida. Cresce o desejo de possuir e alimenta-se o direito a um pedaço de terra amanhada por iguais. Mudam-se os tempos, as funções e as mentalidades mas a semente serôdia continua prenhe. Materializa-se a imagem num feliz acaso geográfico e dá-se a germinação. Reserva-se o pedaço de paisagem. Logo a imaginação revolve a terra húmida, limpa as bordas, move pedregulhos, conserta os muros, reconstrói a velha casa rural, acrescenta corpos modernos. Transforma. Nascem novas linhas e formas para guardar velhas memórias. 10 anos a ver passar os invernos. Aguarda-se a primavera. Eis que o sol finalmente nasce no Marão. O rio Douro passa barrento e turvo com pressa de chegar ao Porto. O Bestança dá-lhe pinceladas de verde. A neve do Montemuro já derreteu há muito. Está na hora, que a jornada continua a ser de sol a sol. É um dia longo para construir um sonho. O sonho é um sítio onde é possív

Marca d'água

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Imirjo no abismo. Todo eu me fundo no profundo azul do tempo. Procuro respostas na perfeição do cosmos. E o espelho devolve palavras em vez de imagens: És o melhor de mim... E permanece como marca d' água.

VALTER HUGO MÃE

Valter Hugo Mãe e " a máquina de fazer espanhóis", dois pretextos para uma reportagem na TVI

VALTER HUGO MÃE - A máquina de abanar portugueses

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O título desta entrevista foi-me dado pelo próprio Valter Hugo Mãe na dedicatória que manuscreveu num exemplar de “a máquina de fazer espanhóis”. No terceiro andar do prédio das Caxinas, onde mora, os trolhas ainda esperavam pelo sinal do escritor para que pudessem voltar ao trabalho, depois de uma trégua pedida para que a entrevista televisiva não ficasse com o fundo sonoro de martelo pneumático. A tarde escoou-se à beira-mar com o Valter Hugo Mãe, de livro na mão, a sujeitar-se a repetidos movimentos para a câmara de filmar. Tenho esta mania de tentar espreitar para os bastidores. Li, há tempos, “o remorso de baltazar serapião”. Apesar do título e assinatura do escritor aparecerem com letras minúsculas. Li-o, desconfiado e, depois, incomodado por ser preconceituoso. “A máquina de fazer espanhóis” fez o resto da transformação. Fez de mim um leitor viciado à procura dos restantes romances e da poesia de Valter Hugo Mãe (ofereceu-me a colectânea “Folclore Íntimo” que estava destinada à