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A mostrar mensagens de setembro, 2010

Amor ma(e)terno

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Digo-te aqui e agora o que nunca te disse quando o teu olhar pedia respostas. Sempre semeei silêncios no chão do teu afecto e nunca reguei as flores que colhia dos teus gestos. Coloquei correntes de ferro nos meus sentimentos e agora é a ferrugem da alma que me escorre em forma de poema. Nunca te disse porque pensei que soubesses. És a mulher mais bonita. És a melhor pessoa. És a mãe mais carinhosa do mundo. Mãe és a melhor. Ainda que não to diga. Ainda que seja tarde. Entrada dos estaleiros navais, Viana do Castelo

Antes um cancro...

Na tabacaria à minha frente o homem de meia idade, com ar desleixado, pediu um maço de tabaco pelo nome, fruto de uma confiança de muitos anos de companhia, enquanto contava os trocos. O braço da rapariga por trás do balcão agiu automaticamente, sacou a caixinha vermelha e pousou-a à frente do cliente, sem comentários. O homem pegou no maço de tabaco e ficou a observá-lo mais tempo do que era costume. Quieta e muda, a rapariga esperava o dinheiro. O cliente levantou os olhos, fundiu-os com os da interlocutora e fulminou-a: - Não quero este maço. Diz aqui que pode causar a impotência sexual. Dê-me antes o outro que provoca o cancro...

Amor aos molhos

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Rui - Que estás a fazer, pá? Luís – Então não está a ver? É uma declaração de amor à minha namorada. Para que a Nadia não tenha dúvidas, quero que toda a gente saiba que a amo. Rui – Isso é muita fixe… Luís – A primeira vez custa um pouco. Assusta veres ali escarrapachado, na parede da escola, algo que tu sentes na intimidade, tás a ver… Rui – E o pessoal não goza contigo? Luís – Tou-me a cagar. Nem dou conta. É que eu curto mesmo da miúda. Rui – Olha lá… Achas que podias fazer uma para mim? Luís – Tás tolo?!!! Isto é uma coisa pessoal. Rui – Sim, eu sei. Mas sou um bocado tosco com o spray. Ia ficar uma cagada, meu… Vá lá. Tu escreves e eu assino. Luís – Ok. Tá tudo. Tu é que sabes… E que queres que eu escreva? Rui – É pá… igual à tua frase: Amo-te Soraia. Luís – É para já… Gostas? Rui – Deixa ver… de longe… Está muito igual. A letra, a frase, a assinatura… põe por cima “muito”. Isso. Assim fica melhor. Deixa-me assinar… Rui. Luís – Baril. A tua assinatura não engana… Não