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A mostrar mensagens de outubro, 2008

Ney Matogrosso igual a si próprio

Ajudei a encher por completo o Coliseu do Porto a pretexto de mais um concerto de Ney Matogrosso, desta feita para apresentação do novo álbum-espectáculo “Inclassificáveis”. Para além da voz potente e dúctil que empresta às canções uma originalidade inimitável, razão mais do que suficiente, o que gosto em Ney é a genuína extravagância. O cantor brasileiro transporta para o palco todas as suas fantasias, de todas as naturezas, e partilha-as com os públicos heterogéneos que não lhe poupam aplausos. No “Inclassificáveis” ele é o que sempre foi: carnavalesco, ritualístico, tribalístico, sensual e provocatório, Ney Matogrosso faz pouco da idade e goza com as convenções e os preconceitos. Espampanante nos milhares de lantejoulas, nos penachos de pavão, nas toucas totémicas, nas saias de fiapos de contas, na roupa interior feminina, nos gestos fálicos e trejeitos lascivos, Ney demonstra um profissionalismo inatacável e couraçado que resiste, incólume, da mesma maneira, às imagens que lhe cola

Crises...

O sr. Santos é um ouvinte assíduo do programa de rádio que costumo ajudar a fazer às sextas de manhã, emitido na região do Grande Porto. Não conheço do sr. Santos mais do que a voz, a condição de reformado e o que as opiniões que partilha nas emissões em directo me consentem intuir. No último programa o tema principal era a crise financeira mundial, mas o sr. Santos fez um desvio para abordar o tema que a actualidade tinha trazido à tona: o casamento entre homossexuais. Já nos habituámos ao pensamento conservador e sustentado na corda bamba entre valores de direita e esquerda, convertido em ondas hertzianas de forma crítica e provocatória. Mesmo assim, não raras vezes, deixa-nos embasbacados com a graça cáustica com que embrulha os comentários: - Eu, os homossexuais compreendo e aceito. Andei na tropa em África e por lá apareciam alguns rapazes que nos contavam que em crianças tinham sido abusados sexualmente. Esses eu entendo. O que não consigo compreender são os paneleiros... Depois