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A mostrar mensagens de dezembro, 2008

BOM NATAL

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Colho da versatilidade inteligente do padre Maia a matéria–prima para um esboço de mensagem de Natal. A adaptação da palavra evangélica aos tempos modernos foi partilhada num programa de rádio e provocou as mais vibrantes reacções. Maria e José foram tratados em Belém como imigrantes ilegais. O menino Jesus foi um sem-abrigo, tendo que nascer na mangedoura dum estábulo. Filho de mãe solteira. Barbaramente assassinado aos 33 anos de idade. E quanta gente, no mundo inteiro, continua a acreditar que está vivo! Em 2008 há ainda tanta gente a passar pelo mesmo… Bom Natal!

O Trombone motard

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Fotografia - Estela Silva O apelo para mais um concerto da Casa da Música surgiu pela banda da excentricidade. Talvez para captar a ignorante e desatenta atenção dos media, a cenoura exibida pela promoção do espectáculo era a interpretação de Christian Lindeberg da Motorbike Odyssey , de Jan Sandstrom, para trombone e orquestra (versão curta). O génio do trombone, semelhante em virtuosismo a Paganini no violino e a Liszt no piano, ia imitar o ruido dos motores das motos a passear nas paisagens naturais e urbanas. A interpretação era incluida num parêntesis de Grieg e, a fechar parêntesis, Beethoven, num desempenho da Orquestra Nacional do Porto. Na aflição de que não houvesse orgão de comunicação social que noticiasse o concerto, a promoção deixava a dica de que até os motards iam aparecer à noite clássica. Fiquei à espera de ver entrar os motoqueiros encavalitados nas potentes máquinas na altura da Motorbike Odyssey . Não apareceram e também não fizeram falta. Lindeberg, que para a o

Balada da neve

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Serra de Montemuro, aldeia de Aveloso A neve desperta em mim nostalgias dos tempos de criança. Por isso, não resisti a um regresso às origens. Geografia de agruras, tempos de felicidades. A neve era acontecimento regular. Brincadeira no recreio. Trabalho forçado nas aulas. "Batem leve, levemente/como quem chama por mim..." O poema de Augusto Gil era a matemática da língua e ai de quem não o soubesse soletrar. Ficou o poema e sempre que a neve cai, a memória estende-lhe os lençóis das lembranças... Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho... Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria... - Há quanto tempo a não via!