O Velho e o Mar

O velho avançou intrépido pelo calçadão que leva ao farol. O mar ladrava arremessos furiosos contra o molhe, preso ainda à maré enchente. Sem hesitações o velho venceu a distância, num lento andar de três pernas. Chegou ao sopé do farol e subiu a custo o degrau da amurada granítica. Debruçou-se e olhou de frente o furioso monstro que se espumava contra os muros. Respingos salgados colavam-se à barba. Olhar profundo e desafiador. Um sorriso de vitória. O velho afogou as saudades do mar. E, imperturbável, virou-lhe as costas:
- Até amanhã...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Um dia quase perfeito

Paulo Rebelo - O profissional das apostas (notas sobre uma reportagem TVI)

A segunda vida de um piano centenário