A construção de um sonho

Primeiro são as vivências da infância misturadas com os anseios pueris plantados pelas circunstâncias da vida. Cresce o desejo de possuir e alimenta-se o direito a um pedaço de terra amanhada por iguais. Mudam-se os tempos, as funções e as mentalidades mas a semente serôdia continua prenhe. Materializa-se a imagem num feliz acaso geográfico e dá-se a germinação. Reserva-se o pedaço de paisagem. Logo a imaginação revolve a terra húmida, limpa as bordas, move pedregulhos, conserta os muros, reconstrói a velha casa rural, acrescenta corpos modernos. Transforma. Nascem novas linhas e formas para guardar velhas memórias.
10 anos a ver passar os invernos. Aguarda-se a primavera. Eis que o sol finalmente nasce no Marão. O rio Douro passa barrento e turvo com pressa de chegar ao Porto. O Bestança dá-lhe pinceladas de verde. A neve do Montemuro já derreteu há muito. Está na hora, que a jornada continua a ser de sol a sol.
É um dia longo para construir um sonho. O sonho é um sítio onde é possível ser feliz.

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