Branford Marsalis tocado por Amália Rodrigues e vice-versa

O Guimarães Jazz, prestando homenagem aos 50 anos do disco “Kind of Blue” (1959) considerado o melhor do jazz, reuniu no mesmo cartaz alguns dos mais conceituados músicos a nível mundial. Jimmy Cobb, o baterista de “Kind of Blue”, abriu as portas à saudade; Hank Jones, pianista em algumas formações de Miles, foi a história em pessoa.
Em vez da saudade e da história, optei pelo futuro. Na impossibilidade de ir a todos escolhi o concerto de Brandford Marsalis Quartet. Casa cheia no Centro Cultural Vila Flor. Brandford Marsalis ofereceu generosamente os temas do último álbum “Metamorphosen”, deixando brilhar a banda.
Quero sublinhar apenas alguns gestos do saxofonista norte-americano: Foi magnânimo na duração do concerto; Tentou sempre falar português; No final presenteou a audiência com o tema “Foi Deus” de Amália Rodrigues com um solo notável de saxofone soprano, simplesmente sublinhado pelo baixo e piano; e, de saída, apresentou um medley de música do Luisiana, uma espécie de regresso a casa com um forte aroma de blues. São pequenos gestos que definem os grandes homens.

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