Amor aos molhos


Rui - Que estás a fazer, pá?
Luís – Então não está a ver? É uma declaração de amor à minha namorada. Para que a Nadia não tenha dúvidas, quero que toda a gente saiba que a amo.
Rui – Isso é muita fixe…
Luís – A primeira vez custa um pouco. Assusta veres ali escarrapachado, na parede da escola, algo que tu sentes na intimidade, tás a ver…
Rui – E o pessoal não goza contigo?
Luís – Tou-me a cagar. Nem dou conta. É que eu curto mesmo da miúda.
Rui – Olha lá… Achas que podias fazer uma para mim?
Luís – Tás tolo?!!! Isto é uma coisa pessoal.
Rui – Sim, eu sei. Mas sou um bocado tosco com o spray. Ia ficar uma cagada, meu… Vá lá. Tu escreves e eu assino.
Luís – Ok. Tá tudo. Tu é que sabes… E que queres que eu escreva?
Rui – É pá… igual à tua frase: Amo-te Soraia.
Luís – É para já… Gostas?
Rui – Deixa ver… de longe… Está muito igual. A letra, a frase, a assinatura… põe por cima “muito”. Isso. Assim fica melhor. Deixa-me assinar… Rui.
Luís – Baril. A tua assinatura não engana… Não tens mesmo jeito nenhum.
Rui – Mas olha que curto mesmo bué a Soraia… Ela vai entender… Antigamente também havia pessoas que escreviam cartas de amor a pedido. É a mesma coisa.
Liceu Nun'Alvares, Castelo Branco

Comentários

NOTAS SOLTAS disse…
E AGORA "A MILLION DOLLAR QUESTION": QUEM NÃO SABE O QUE É O AMOR? ELES NESSA IDADE, OU NÓS NA NOSSA????

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