Antes um cancro...

Na tabacaria à minha frente o homem de meia idade, com ar desleixado, pediu um maço de tabaco pelo nome, fruto de uma confiança de muitos anos de companhia, enquanto contava os trocos. O braço da rapariga por trás do balcão agiu automaticamente, sacou a caixinha vermelha e pousou-a à frente do cliente, sem comentários. O homem pegou no maço de tabaco e ficou a observá-lo mais tempo do que era costume. Quieta e muda, a rapariga esperava o dinheiro. O cliente levantou os olhos, fundiu-os com os da interlocutora e fulminou-a:
- Não quero este maço. Diz aqui que pode causar a impotência sexual. Dê-me antes o outro que provoca o cancro...

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