À deriva...

Assomam nuvens negras ao azul do mar profundamente traiçoeiro. Anuncia-se há tempo demais a tempestade como uma inevitabilidade trágica. O naufrágio é o sortilégio. Inocente, na palma da água, a fragilidade navega desfraldada, sem porto de abrigo no horizonte. A coragem é virtual: assenta só no acaso, na necessidade, no desconhecimento e na inconsciência. Não há escolha nem objectivo. Há apenas vontade de ficar à tona, com planos de navegação à vista para chegar o mais longe possível. Sem pontos de referência, os círculos são rotas prováveis. Retardar a morte é também uma forma de vida.

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