Magnólias
tão grande era a pressa
de florirem"
de florirem"
No livro Fogo sobre Fogo, Jorge Sousa Braga extrai mais uma essência poética sobre as magnólias. E foi na ânsia de possuir essa beleza fugaz, que por estes dias enfeita a cidade do Porto, que me muni da minha máquina fotográfica e escolhi como alvo uma magnólia branca que espalha perfume e vaidade no parque do edifício do ACP na Rua de Santa Catarina.
Aproximei-me o mais que pude do portão verde gradeado e há que roubar umas imagens como quem assalta uma árvore de fruta. O guarda do ACP olhou-me demoradamente e eu já estava à espera de uma interpelação ameaçadora ou até de uma proibição de fotografar até autorização em contrário.
O homem caminhou um pouco na minha direcção e perguntou:
- Quer que abra o portão?
Perante a minha surpresa indecisa o porteiro voltou a insistir. Disse-lhe que sim. Que era só para fazer umas fotos...
- Entre que daqui de dentro vê-se bem e sai melhor na fotografia. A magnólia é fabulosa não é?
A árvore noiva posou para mim durante uns bons quize minutos perante o enbevecido guarda do ACP que a tratava como uma filha prestes a seguir para o altar.
Enquanto o portão automático abria lentamente o caminho de saída não consegui reprimir um sorriso com legenda:
- Só mesmo no Porto é que isto acontece... As magnólias têm pressa de florir, mas as pessoas são flores perenes.
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Beijo
Cristina