GRANDES VINHOS PORTUGUESES: Barca Velha


Quando se abre uma garrafa de Barca Velha liberta-se o perfume do tempo…
No meio da Quinta da Leda, em Almenda, Douro Superior, o diretor de enologia da Casa Ferreirinha escolheu o Barca Velha 2008 para a degustação.
O Barca Velha 2008 é o último da lista de apenas 18 colheitas consideradas excepcionais em quase 70 anos. Foi declarado em 2016, esteve dois anos em barricas de carvalho francês e seis anos em garrafa. É este tempo que se liberta quando se abre um Barca Velha.
Tudo começou com Fernando Nicolau de Almeida. Nascido numa família do Porto ligada aos vinhos, filho do chefe de provadores da Casa Ferreira, começou com apenas 16 anos a aprender os segredos do Douro. Sucede ao pai em 1950.
Sem formação universitária, genial, excêntrico, megalómano, arrogante, visionário. Aprendeu muito nas viagens que realizou às principais regiões vitícolas na Europa.  
O sonho de fazer um grande vinho do Douro, sem ser vinho do Porto, foi levado à prática em 1952. E sem outro remédio teve que ir para o Alto Douro. Para a quinta do Vale Meão, numa viagem longa e penosa, impecável no seu fato branco, para desespero dos trabalhadores e responsáveis da Casa Ferreira. A revolução estava em marcha.

LUÍS SOTTOMAYOR: diretor de enologia da Casa Ferreirinha (Sogrape)


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