A segunda guerra do Iraque começou há cinco anos. Para a História o 1 de Maio de 2003 ficou como o dia em que a guerra terminou, mas a verdade é que ela continua até hoje. Calcula-se que tenham morrido 160 mil pessoas.
O alastramento da invasão norte-americana à frente norte, no Iraque, deve ter coincidido com a decisão de nos proporem a ida para a Turquia a fim de tentarmos entrar por aí para fazermos a cobertura jornalística da guerra.
Estivémos na Turquia de 01 de Abril a 13 de Abril de 2003. Com o repórter de câmara Ricardo Ferreira, coadjuvados pelo guia curdo, tentámos de todos os modos chegar-nos o mais próximo possível dos locais onde havia operações militares. Numa primeira fase, a guerra (os militares turcos preocupados com o envolvimento dos curdos) não nos deixou entrar; na segunda, foi a direcção de informação da nossa estação televisiva que nos impediu de iludir as guardas de fronteira, num fundo falso de um camião que chegaria ao Norte do Iraque, atravessando por território do Irão, a tempo de cobrir o decretado momento em que a guerra terminaria, em Tikrit, terra de Sadam Hussein. No dia em que apresentámos o plano arriscado de “entrar” na guerra, 8 de Abril, tinham morrido dois jornalistas e outros três ficado feridos, no Hotel Palestina, em Bagdad, num disparo de incompetência do exército norte-americano. Resignados e angustiados, entendemos a decisão.

Nesse período, decidi participar pela primeira vez num blogue colectivo criado no âmbito do mestrado Jornalismo e Comunicação, na Universidade de Braga, que estava a frequentar. Decidi recuperar os textos que escrevi na Turquia. As fotos são do Ricardo Ferreira.

Estes textos estão nos arquivos do blogue Jornalismo e Comunicação em http://mediascopio.wordpress.com/

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