Frozen Love

I loved you when you opened
Like a lily to the heat
You see I'm just another snowman
Standing in the rain and sleet
Who loved you with his frozen love
His second hand physique
With all he is, and all he was
A thousand kisses deep

But you don’t need to hear me now
And every word I speak
It counts against me anyhow
A thousand kisses deep


A ausência induziu o nosso amor em coma profundo. Vítima do tempo, mártir da mais pura devoção, doente de um excesso sem esperança, moribundo do exagero da inocência.
Ligado às máquinas, o meu coração bombeia um mosto de tristeza, uma borra de angústia, como se fosse ainda o néctar escarlate da paixão que nos corria nas veias. Não há transfusão nem doacção que o socorra. Era teu o sangue que alimentava os meus circuitos vitais; era meu o ar que respirava o teu peito; era nossa a pele que o desejo vestia.
Estou morto por fora. Vivo da iminência desse amor puro e intacto que ainda lateja. Escapam-se os dias por entre os dedos como se fossem água em areia do deserto. Desvanece-se a beleza das pequenas coisas e o prazer da simplicidade das miúdas confidências. Desintegra-se o corpo sem a pele do desejo. Morro.
Sei-te e sinto-te porque te invento. Existes. Sem suporte físico, mas com a resiliência das memórias essenciais. Vou guardar as lágrimas que já não consigo chorar. Vou arrumar as carícias que já não fazem sentido. Vou acorrentar as palavras que embrulhavam sentimentos. Sem ti não fazem falta.
Vou congelar este amor em coma para o salvar da morte. E cavar-lhe uma sepultura sagrada para que nada nem ninguém o profane.
E talvez um dia os magos da ciência descubram cura para esta ausência rara de dois amantes que não encontram tempo e espaço para o amor.



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Um dia quase perfeito

GRANDES VINHOS PORTUGUESES: Quinta do Vale Meão

Paulo Rebelo - O profissional das apostas (notas sobre uma reportagem TVI)