Caxinas
Caxinas, Janeiro de 2007. Funeral de três pescadores que morreram no naufrágio, na Nazaré, a poucos metros de terra, alegadamente por falta de auxílio urgente. Milhares de pessoas seguem os caixões. O ritual da morte é um hábito naquela comunidade piscatória. O negro é a cor das notícias. À chegada à Igreja do Senhor dos Navegantes uma mulher cumprimenta um velho pescador que tem as ondas agitadas desenhadas no rosto: "Boa tarde, Manel. Cá estamos outra vez..." A velha sem idade chora com a alma, como se destilasse tristeza. Fecha as grutas dos olhos para punir o mar, mas o ladrão de vidas encontra sempre forma de lhe escapar pelos sulcos faciais de tantas outras tragédias...
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