A menina nua da avenida
Estou apaixonado pela menina nua da avenida. Sempre que me vê sorri de forma diferente. Da última, fez-me lembrar a Mona Lisa num sorriso ambíguo e enigmático que me deixou à deriva.
Já a senti maliciosa. E envergonhada. E divertida. E atrevida. E inocente.
E efusiva até, de cachecol ao pescoço vestida pelas cores das vitórias dos clubes do Porto. Já a vi rir-se com desdém dos políticos vaiados pelas manifestações. E sei que atura com a boa disposição do costume os bêbedos e os sem-abrigo que passam a noite com ela. Não lhe conheço casos amorosos e quase podia jurar que goza com os comentários provocatórios arrulhados pelas pombas frequentemente pousadas nos ombros e na cabeça. Dizem que nas noites de lua cheia de cio, salta do plinto, lava-se na água dos mascarões e vai matar o desejo com os homens-estátuta dos prédios vizinhos, na Pensão Avenida, mesmo ali ao lado.
Da última vez, roído de ciúme, perguntei-lhe se era verdade.
Respondeu-me com o tal sorriso monalísico…
Já a senti maliciosa. E envergonhada. E divertida. E atrevida. E inocente.
E efusiva até, de cachecol ao pescoço vestida pelas cores das vitórias dos clubes do Porto. Já a vi rir-se com desdém dos políticos vaiados pelas manifestações. E sei que atura com a boa disposição do costume os bêbedos e os sem-abrigo que passam a noite com ela. Não lhe conheço casos amorosos e quase podia jurar que goza com os comentários provocatórios arrulhados pelas pombas frequentemente pousadas nos ombros e na cabeça. Dizem que nas noites de lua cheia de cio, salta do plinto, lava-se na água dos mascarões e vai matar o desejo com os homens-estátuta dos prédios vizinhos, na Pensão Avenida, mesmo ali ao lado.
Da última vez, roído de ciúme, perguntei-lhe se era verdade.
Respondeu-me com o tal sorriso monalísico…
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Bj
Cristina